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Versos Derramados II

 


Neste fim de ano, eu preciso derramar...
Meus sinceros sentimentos,
por um mundo que morria.
Todo medo e sofrimento,
nos corredores da agonia.
Toda angústia e tristezas,
assistidas na TV.
Toda a minha imensa fé,
compartilhada com você.


Neste fim de ano, eu preciso derramar...
Toda a minha grande dor,
por um ente falecido.
Toda lágrima caída
e todo sonho interrompido.
Pelas vítimas do vírus,
lacradas em seu caixão.
Pelo o choro e desespero,
nos velórios da solidão.


Neste fim de ano, eu preciso derramar...
Toda a nossa compaixão,
pelas portas que fecharam.
Toda a nossa gratidão,
por aqueles que lutaram.
Pela solidariedade
e cada ação benevolente.
Médicos e enfermeiros,
profissionais da linha de frente.


Neste fim de ano, eu preciso derramar...
Todo o nosso aprendizado,
reforçado em cada cena.
Toda a nossa nostalgia,
aprisionada em quarentena.
As escolas e as igrejas,
a recessão da economia.
Nossa vulnerabilidade,
os transtornos da pandemia.


Neste fim de ano, eu preciso derramar...
Todo o grito de socorro,
da nossa Fauna e nossa Flora.
Toda a vida incendiada,
no Brasil e mundo afora.
Todo o descaso humano,
a intolerância racial.
A violência, a roubalheira,
a desigualdade social.


Neste fim de ano, eu preciso derramar...
Toda a nossa esperança,
nas vacinas que virão.
Na fé que remove montanhas
e no poder da oração.
Na volta da vida normal
e na rotina previsível.
Na infinita misericórdia
do nosso Deus do impossível.




::: Versos Derramados II :::
por André Victtor

Escrito em plena segunda onda do Coronavírus.
Ouro Fino, XXII de Dezembro de MMXX.

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