O Bateador

Um velho senhor com barba garibaldi,

trajando vestimentas sujas de lama,

usando um chapéu de aba larga,

se ajoelha às margens de um ribeirão.

Cansado de passar por tristezas,

insiste em sonhar com as riquezas,

escutando por mais uma vez,

o pedido do seu coração:

-Vamos, movimente a sua bateia!

De um lado pro outro e mais fundo.

Terás a moeda mais cobiçada do mundo.

Chegou a sua vez, meu irmão.

Em seus olhos um brilho dourado surgiu.

Eram pepitas lindas e genuínas,

garimpadas aqui em nossa região,

nos rios do Sul de Minas.

O velho que acreditava em seu trabalho,

que batalhava no garimpo desde menino,

agora contemplava a riqueza em seu olhar,

de achar ouro do bom, finíssimo, "Ouro Fino".

Poema: O Bateador *

Autor ourofinense: André Moreira.

Escrito em 10 de Setembro de 2020.

Ouro Fino - MG.

* Poema dramático escrito para ser recitado em saraus.

O monumento "O Bateador" estava em fase de conclusão.